BÍBLIA

BÍBLIA SAGRADA
Versão dos textos originais
Difusora Bíblica
Lisboa/Fátima

Coordenação Geral: Herculano Alves Coordenação do AT: José Augusto Ramos; do NT: Herculano Alves. 23 tradutores, todos formados no Instituto Bíblico de Roma, entre eles Joaquim Carreira das Neves, director do Departamento de Teologia Bíblica da Universidade Católica de Lisboa e José Augusto Ramos, professor da Universidade Clássica de Lisboa, grande poliglota e especialista nas antigas línguas da palestina em que foram escritos os livros do AT.
Tem 2 143 páginas, custa 14,50 euros e pode, a pedido, ser enviada por correio.
Fátima – tel 249530210; Lisboa – tel 217742445; http://www.difusorabiblica.com
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A primeira Bíblia da Difusora Bíblica é de 1965. Incluía muito poucas anotações.
Em 1998 editou a “Nova Bíblia dos Capuchinhos” que dá corpo à “oportunidade para fazer uma nova tradução a partir dos textos originais, novas introduções e notas, com o máximo rigor científico possível”. Esta nova Bíblia é de facto um texto com seriedade e honestidade e com toda a espécie de comentário. Não há praticamente nenhuma página sem comentários e há páginas em que os comentários ocupam mais do que o próprio texto.
A maioria dos livros que encontro sobre religião que façam citações bíblicas, referem expressamente que os textos são retirados desta Bíblia da Difusora Bíblica.
A edição actual chama-se apenas “Bíblia Sagrada”, mas o texto é igual à anterior “Nova Bíblia dos Capuchinhos”
Tem como subtítulo: “versão dos textos originais”. Temos de ver que não é tarefa fácil fazer uma versão dos textos originais. No que se refere aos textos do Novo Testamento, documentos literários com cerca de 1.900 anos, não é fácil determinar os textos originais criados por transmissões escritas à mão. Os erros vão-se transmitindo e aumentando. Os escritores medievais, faziam as cópias à mão sem preocupação de encontrar os manuscritos mais antigos.
Recentemente foram encontrados no Egipto, antigos depósitos de lixo com pedaços do século III, e até uns poucos do século II. Ainda não foi encontrado nenhum fragmento do século I. Essas primeiras versões de textos do Novo Testamento podem ser complementadas por citações bíblicas dos manuscritos mais antigos dos escritos patrísticos, alguns dos quais remontam ao século II, e de lições de igreja que citam textos muito primitivos. Ao todo, há aproximadamente 4.700 manuscritos relevantes e, pelo menos, cem mil citações ou referências nos primeiros patriarcas.
Esta “Bíblia Sagrada” da Difusora Bíblica é, sem dúvida um excelente trabalho em busca do texto perfeito. Nas suas profusas e boas anotações identifica os problemas de fixação do texto.
Assim, diz-nos que a conclusão de Marcos (16:9-20) não é autêntica.
Explica que a história da mulher apanhada em adultério (Jo, 8, 1-11), não ocorre em nenhum manuscrito anterior ao final do século IV.
Esclarece-nos sobre textos tardios como por exemplo Lc 23, 17: “este versículo falta nos códices mais importantes”.
A primeira Epístola de João (5,7), diz “São três os que dão testemunho, o espírito, a água e o sangue, e os três coincidem no mesmo testemunho”. O trecho foi alterado por copistas medievais para “Há três que dão testemunho na terra, o espírito, a água e o sangue, e os três são um só em Jesus Cristo; e há três que dão testemunho nos céus, o Pai, o Verbo e o Espírito, e os três são um só”.
Esta alteração não é incluída na “Bíblia Sagrada”, explicando na introdução à I Carta de S. João o motivo.
Temos de notar que manipulações do texto, como esta relativa à Santíssima Trindade, feitas por copistas medievais, não devem ser consideradas uma fraude deliberada, com intenção de esconder a verdade.
Um copista zeloso, crendo sinceramente que a doutrina da Trindade era verdadeira, acreditava não passar de um acidente ou lapso o facto de não ter sido explicitada e, portanto, considerava seu dever remediar a questão. Estava apenas a realizar um trabalho construtivo em favor da verdade!
A “Bíblia Sagrada” é de facto um texto no qual qualquer pessoa, mesmo não crente na religião cristã, pode confiar. Sobre a importância das suas anotações vejamos um exemplo:
Mateus diz em 1.23: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e hão-de chamá-lo Emanuel”. Na anotação, refere-se que esta citação é do livro de Isaías, segundo o texto grego, de 7,14. Então consultando Is. 7,14, o texto é o seguinte: “a jovem está grávida e vai dar à luz um filho e há-de pôr-lhe o nome de Emanuel”. Na respectiva anotação explica-se o motivo que levou S. Mateus a pôr no texto “virgem” em vez de “jovem”.
No texto introdutório do Novo Testamento ressaltamos o que deverão ter em conta todos os leitores da Bíblia: “A Constituição Dei Verbum (nº 19) diz que os evangelhos não são história escrita à maneira do nosso tempo. Os evangelistas fazem uma história em função da fé, da teologia: resumem, interpretam, explicam e redigem factos da vida de Jesus para apresentar uma determinada ideia teológica a uma determinada classe de ouvintes”

BÍBLIA DOS JUDEUS
e
BÍBLIA DOS PROTESTANTES

A religião judaica faz uso da Bíblia como o seu livro sagrado. Porém apenas considera, como é lógico, os livros que os cristãos apelidam de Antigo Testamento.
Os livros do Antigo Testamento considerados pela Igreja Católica nem todos são incluídos na Bíblia da Religião Judaica.
Estão excluídos, além de partes de textos de Ester e Daniel, os seguintes:
Eclesiástico ou Ben Sirá; Judite; Tobias; Sabedoria e Baruc.

Também os Cristãos Protestantes não incluem estes livros nas suas Bíblias, além de também não considerarem no Novo Testamento, o Apocalipse e algumas cartas apostólicas.